Projeto Alferes busca apoio da Câmara de Mariana

Segundo Vanderley Lúcio o Projeto Social Alferes corre risco de encerrar as atividades.

Presidente da instituição alerta para risco de fechamento por falta de recursos e pede visita de vereadores ao bairro Santo Antônio

21/05/2025 às 10h35

Por: João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani

 

Durante a 15ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Mariana, realizada nessa segunda-feira, 12 de maio de 2025, o presidente do Projeto Social Alferes, Vanderley Lúcio, usou a tribuna livre para apresentar a atual situação da instituição, que atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade no bairro Santo Antônio (Prainha). O espaço foi concedido por meio do requerimento nº 181/2025.

 

Segundo Vanderley, a instituição, que funciona desde 2014, já acolheu mais de 250 crianças entre seis e 16 anos ao longo dos últimos dez anos. Atualmente, 43 estão matriculadas, com outras cinco na lista de espera, mas a continuidade do projeto está ameaçada por falta de recursos. “Estamos em situação crítica. Temos apenas uma funcionária e estamos tentando negociar para mantê-la. Se fechar, infelizmente, as crianças estarão nas ruas, expostas a problemas como prostituição e gravidez infantil”, alertou.

 

Ele reforçou o caráter comunitário e preventivo do projeto, que, além de oferecer atividades educativas, culturais e de lazer, busca afastar os jovens das ruas enquanto seus pais trabalham. “É a única instituição social no bairro que acolhe crianças. O bairro é muito carente e discriminado. Precisamos de apoio para continuar esse trabalho.”

 

Vanderley também alertou para questões graves que atingem a infância e adolescência no município. “É a única instituição social no bairro que acolhe crianças com potencial de vulnerabilidade muito grande. Queremos que vejam a necessidade das crianças de terem uma atividade para não ficarem ociosas nas ruas enquanto os pais trabalham”, afirmou.

 

Segundo ele, a ausência de políticas públicas voltadas à proteção da infância tem contribuído para um cenário preocupante. “Deixo aqui um alerta: não sei se é de conhecimento dos senhores, mas Mariana passa por um problema muito grande de prostituição e gravidez infantil. Essa é outra questão para trabalharmos lá”, disse, reforçando o papel preventivo do projeto e a urgência de apoio institucional.

 

Ao convidar os parlamentares para visitarem o espaço, o presidente destacou que a demanda vai além da manutenção básica da instituição. “Peço que façam essa visita para terem um conhecimento maior das necessidades daquelas crianças, não só da minha. Precisamos de apoio para dar continuidade. É um bairro muito carente, discriminado por toda a comunidade marianense. Precisamos de um apoio maior, porque se fechar, infelizmente, as crianças estarão na rua, passando pelos problemas que já mencionei e outros.”

 

Durante sua fala, o presidente convidou os vereadores a visitarem o espaço para conhecerem de perto a realidade das famílias atendidas. “Alguns aqui já nos ajudam, mas temos novos vereadores. Quero convidar todos para conhecerem de perto as necessidades das crianças — não só as minhas. O apoio é essencial para mantermos esse serviço”, completou Vanderley.

 

O vereador Ronaldo Bento solidário a causa do Projeto Alferes: "se perdermos o Projeto Alferes, estamos perdendo políticas públicas".

 

O vereador Ronaldo Bento, que já acompanha as ações do projeto, prestou apoio ao pedido. “O Projeto Alferes resgata vidas no bairro Santo Antônio. Precisamos do engajamento não só da Câmara, mas também do Poder Executivo. Se perdermos o Alferes, estamos perdendo políticas públicas.”

 

Segundo o parlamentar, em 2024 havia a intenção de destinar R$ 20 mil em emenda para o projeto, e, embora os recursos estejam mais escassos neste ano, ele reafirmou o compromisso de buscar alternativas para manter o funcionamento da instituição. “É mais do que um projeto. Lá no bairro Santo Antônio, é O projeto. Me coloco inteiramente à disposição. Que seja o mínimo, mas que não deixemos essa política pública se perder.”

 

Atualmente, o Projeto Alferes conta com espaço físico limitado, funciona com equipe reduzida e depende de apoio financeiro por meio de editais e parcerias com secretarias estaduais e empresas. Vanderley também destacou que o projeto já atendeu inclusive filhos de ex-participantes e reforçou que informações adicionais podem ser consultadas no perfil da instituição nas redes sociais.

 


Voltar

Confira também: